domingo, 28 de março de 2010

O início da história de Nova Fátima

Até a alguns anos atrás, havia em Nova Fátima, uma testemunha ocular do início do povoamento do local onde hoje se encontra a cidade. Era Dona Aurelina Mendes Guimarães, uma das primeiras moradoras desta cidade.
Segundo Aurelina Guimarães, a primeira casa em Nova Fátima foi construída em 1941, no ano seguinte o então governador da Bahia, Landulfo Alves determinou a construção da estrada que hoje é a BR 324, antes dessa data a rodovia era apenas um caminho. Esta estrada ligaria Salvador a Jacobina, (onde a descoberta do ouro chamava a atenção do governo e de gente que buscava riqueza) e Juazeiro, importante região criadora de gado, devido ao rio São Francisco, que banha o Norte da Bahia.
A partir daquele ano várias outras casas foram sendo construídas às margens da estrada – que naquela época atravessava a vila que estava nascendo a estrada era onde hoje é a avenida Landulfo Alves.
Desta forma foi que as primeiras casas foram sendo construídas na avenida Landulfo Alves e logo foi se expandindo pelas atuais praça Pedro Emídio e rua Gildásio Souza, seguindo em direção à estrada de Capela do Alto Alegre – que naquela época já era um povoado.
Percebe-se, a partir daí um progressivo crescimento do povoado, sempre em torno da estrada, que nos anos 1960 é asfaltada transformando-se numa das principais vias o Sudeste e o Nordeste.
Ainda segundo Aurelina Mendes Guimarães, as terras onde hoje se encontram grande parte da cidade de Nova Fátima faziam parte de duas fazendas: Campo das Flores (que começava onde hoje está a avenida Landulfo Alves, rua Gildásio Souza e seguia pela estrada de Santo Antonio de Roque), no sentido sul partindo do centro da cidade; e Urubuzinho (que começava na avenida Landulfo Alves até a atual fazenda Urubuzinho), situada a leste da sede do município.
Por volta de 1941, Aurelina Mendes Guimarães se casou com José Xavier dos Santos (seu Dedé) e saiu da casa dos pais dela, na fazenda Urubuzinho, e foram morar na Fazenda Campo das Flores. Sua primeira residência foi construída onde hoje se encontra o final da rua João Zacarias Guimarães.
Nesta fazenda o casal vivia da produção agrícola e pecuária. Parte do que era produzido era vendido nas primeiras barracas que surgiam na praça Pedro Emídio.
Alguns anos depois a mãe de Aurelina Mendes Guimarães, a Senhora Francisca Guimarães, ficou viúva e veio morar próximo da filha, fixando a residência onde hoje é a avenida Landulfo Alves (exatamente nas proximidades onde hoje se encontra o Supermercado Harmonia), porém bem afastada da estrada que por ali passava. Antes disso, em 1942, quando começou a construção (e não o asfaltamento!) da rodovia BR 324, as chamadas “tropas” que vieram abrir caminho fixaram-se por algum tempo no local, o que foi suficiente para movimentar o pequeno comércio que ali surgia. Por estar situado há exatos 90 quilômetros do início da BR 324 – Norte (entroncamento de Serrinha – Tanquinho - Feira) o povoado passou a ser chamado de Noventa e por muito tempo esse nome ficou, mesmo depois que oficialmente passou a ser denominado Vila de Fátima.


Trecho do livro Nova Fátima: Geografia, histórias e memória (2008) de José Antonio S. Pinto
(Direitos autorais do livro registrados, só pode ser usado citando a fonte)

Nova Fátima: ontem e hoje (fotos históricas)

Av. Landulfo Alves atualmente (2010)
Av. Landulfo Alves, local onde hoje situa o Supermercado Harmonia - no final da década 1970

Praça Pedro Emídio - Início dos ano 2000


Praça Pedro Emídio na década de 1990 - vista de outro ângulo


Casal na praça Pedro Emídio (antiga praça 2 de Julho), no início da rua Gildásio Souza - foto da decada de 1950